Tem muita gente perdendo o sono com essa história de inteligência artificial dominando o topo das buscas. E eu entendo o pânico. Você passa anos construindo um tráfego orgânico suado, ajustando cada detalhe do site, para de repente o Google decidir responder a dúvida do usuário ali mesmo, sem que ele precise clicar no seu link.
Mas vamos colocar a bola no chão. Já vi o “fim do SEO” ser anunciado dezenas de vezes e, spoiler, ele nunca morre. Ele muda.
A AI Overview, esses resumos gerados por inteligência artificial que aparecem antes dos resultados clássicos, não são o apocalipse. São só a nova regra do jogo. E quem entende o jogo cedo para de reclamar e começa a lucrar.
O fantasma das pesquisas sem clique
O medo mais comum é real: as pesquisas “zero-click” estão aumentando. Se o usuário quer saber algo simples, tipo uma data ou uma definição rápida, a IA entrega de bandeja. Isso significa que aquele tráfego de topo de funil, gente que só estava de passagem, vai diminuir.
Isso é ruim? Depende do seu ponto de vista.
Se você vive de exibir anúncios para curiosos, sim, é um problema. Mas se você vende produtos ou serviços, esse tráfego muitas vezes era só vaidade. Números grandes no Analytics que não pagavam boletos.
O cenário agora é de mais competição pela atenção. O espaço na tela diminuiu e, se a IA errar – o que acontece -, ela pode até distorcer o que você disse se o seu conteúdo não estiver muito claro. O risco de desinformação existe e a briga ficou mais apertada.
A vitrine mudou de endereço
Por outro lado, tem uma oportunidade gigantesca que pouca gente está vendo com clareza. Aparecer nesse resumo da IA é como ter um outdoor digital na avenida mais movimentada da internet.
Pense comigo. Se a sua marca é citada como fonte na resposta da IA, você ganha algo valioso: validação imediata. É um selo de autoridade instantâneo. O usuário vê seu nome ali em cima e já te associa a alguém que domina o assunto. Isso é exposição de marca pura, branding feito de graça pelo próprio Google.
E tem o tal do tráfego qualificado
Quem clica nos links sugeridos dentro do resumo da IA não está mais procurando uma resposta de “sim” ou “não”. Essa pessoa quer profundidade. Ela já foi filtrada. Então, o visitante que chega ao seu site vindo desses resumos tende a ser muito mais engajado.
É um lead pré-aquecido, pronto para consumir conteúdo denso ou considerar uma compra. Eu prefiro 100 visitas dessas do que 1.000 curiosos que saem em 5 segundos.
Como se manter relevante nesse caos
Não adianta tentar brigar com o algoritmo, o segredo é alimentar a máquina com o que ela gosta. E o que ela gosta, curiosamente, é o que a gente sempre deveria ter feito.
Primeiro, a parte técnica precisa estar impecável. Se o robô do buscador não consegue rastrear e indexar seu site direito, esqueça. Você precisa garantir que a “leitura” das suas páginas seja fácil para eles. Se a IA não te entende, ela não te resume.
Depois, foque nas palavras-chave de cauda longa. As perguntas complexas.
A IA é ótima para responder o básico, mas quando a dúvida do usuário é específica, cheia de nuances, é aí que você entra. Crie conteúdo que responda a essas dores específicas. Frases longas, perguntas reais que seus clientes fazem no balcão ou no suporte. É isso que aumenta sua chance de ser a fonte escolhida.
E, por favor, originalidade. O texto genérico gerado por IA para combater a IA não funciona. O Google prioriza conteúdo único, bem escrito, que traga uma perspectiva humana. Opinião, dados proprietários, estudos de caso. Coisa que robô nenhum inventa.
Para fechar, a moeda de troca da internet continua sendo a confiança. Backlinks fortes ainda mandam no jogo. Se sites confiáveis apontam para você, isso sinaliza para a IA que sua informação é segura.
Construir autoridade fora do seu site é tão importante quanto o que você publica dentro dele.
A Inteligência artificial nas buscas vai limpar o terreno. Vai sobrar quem tem autoridade real e sabe conversar com o público, e não só quem sabia preencher checklist de plugin de SEO.